O Grimorio e a Divindade
- Vitoria Tifani
- 30 de ago.
- 3 min de leitura

Quando um grimório é entregue ao poder de uma divindade, ele deixa de ser apenas um registro pessoal e passa a funcionar como um "altar portátil", um espaço consagrado onde a presença da deusa pode se manifestar. Esse gesto cria uma aliança entre a bruxa, a divindade e o próprio livro, transformando-o em canal vivo da força divina.
Esse tipo de consagração também faz com que o grimório funcione como uma âncora espiritual. Se a deusa em questão é ligada à Lua, o livro pode vibrar com a força dos ciclos lunares, sendo capaz de despertar intuições e visões. Se é uma deusa da guerra, ele pode se tornar um instrumento de coragem e defesa. Se é uma deusa do amor, suas páginas podem carregar encantos de atração e união que fluem de forma quase espontânea. É comum que, depois da dedicação, o grimório se torne fonte de inspiração oracular. Muitos praticantes relatam que ao abrir o livro em uma página aleatória, encontram respostas como se a própria deusa tivesse guiado a escolha. O ato de escrever também passa a ser diferente, fórmulas surgem sem esforço, símbolos se impõem na mente, e as palavras carregam uma força que antes parecia inacessível. Porém, há também um aspecto de compromisso. Dedicar um grimório a uma deusa significa aceitar que aquele livro não é mais apenas uma ferramenta pessoal, mas um território sagrado. Ele exigirá respeito, cuidado e fortalecimento.